Quem sou eu

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Piracicaba, SP, Brazil
Sou casada, tenho um filho, amo viver, adoro trabalhos manuais, música, filmes, antiguidades etc.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Caixinha da Singer









Não faço segredo, muito pelo contrário, propago aos quatro ventos o quanto gosto do mundo da costura e afins.
E penso que tudo começou ao acompanhar minhas avós a lojas de tecidos. Fui fisgada pelo nariz! É, pelo nariz, pelo olfato. Adoro o cheiro do tecido novo, recém desembrulhado. E quando a vendedora ainda dá aquela virada, puxando para que mais tecido se desenrole e faz aquele barulho em cima do balcão, dá até emoção!
Com uma das avós ia atrás de pequenos cortes de tecido para que ela costurasse roupinhas para o Fábio, um boneco do tamanho de um bebê de verdade que eu tinha.
Com a outra avó, ia procurando algum tecido para um vestido ou uma blusa que ela me faria.
Mas, para costurar para as netas, esta avó impunha condições: "- Não faço acabamentos! Eu ensino e vocês se viram".
E lembro de pregar botões, fazer casas à mão, alinhavar barras. 
Desse modo fui inserida no gosto pelas coisas de costura.
Garimpando no "Passado Perfeito", em São Pedro, (já falei dele aqui), achei esta caixinha de acessórios para fazer casas de botões. Esse equipamento era acoplado à máquina de costura só na hora de fazer as casinhas.
O manual, em inglês, data de 1960. Mas o que eu gostei mesmo foi da caixinha em si, com forma e cor tão características dessa década. 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A primeira carta anônima que enviei



Prezada senhora:

                    sua linda casa fica na minha rota de trabalho e por aqui passo diariamente. Sou uma admiradora de casas antigas e a sua me parece tão bem cuidada quanto suas orquídeas.
                    Quanto zelo! Tem em mim uma admiradora do seu “dedo verde”.
                  Caso não seja a senhora quem cuida das plantas, far-me-ia o favor de cumprimentar quem o faz? No caso de ser a senhora mesma, já percebe aqui minha alegria em vê-las cuidadas com tanto carinho.
                   Essa admiração me fez tomar um gesto atrevido: trago-lhe aqui duas orquídeas que para mim estão em fase terminal.
                  Moro num apartamento e nele não há local propício para que se desenvolvam (ou fui eu mesma que não soube cuidar delas adequadamente).
                 Cheia de vontade de recuperá-las mas sem saber como, decidi trazê-las para serem adotadas por quem pode lhes dar o melhor tratamento.
                Se o gesto lhe causar irritação, por favor, me perdoe. Mas, tenho que lembrar que há casos bem piores: bebês são abandonados em portas estranhas, gatinhos e cachorros também.
                As plantas que lhe trago nem podem ser comparadas a tais atos, a não ser por serem também um caso de adoção.
               Sei que os anônimos são covardes e não nego. Não soube tratar bem destas plantas, fui completamente incompetente e recorro a esta covardia: deixo-as aqui  junto com um bilhete anônimo.
               Prefiro isso à morte (das plantas, claro!).
               E para que não fique totalmente anônima, assino como R, a fã das suas orquídeas.
              Bom dia!!!!
     R.
(a  primeira carta anônima a gente nunca esquece...)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Carteira de tecido com porta-retratinhos

Minha bolsa de brechó fazendo pose ao lado
da carteira nova



Como aprendi com a prática, os cartões
deitadinhos assim ficam mais seguros

Os homens da minha vida:o cabeludo de barba é meu filho e
o outro, meu marido

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Meus mortos

  
Minha bisavó e minha tataravó


  Não é para ser um post lúgubre, nem que traga qualquer tipo de tristeza ou lamúria. É fato.
  Meus mortos me acompanham e não há nada de errado nisso.
  Quando começa a anoitecer, vou acendendo as luzes da casa e pensando: "detesto casa escura!". Repito a Aracy, tia-avó do meu marido, falecida há 2 anos. Foi a pessoa que conheci que mais temia a morte: uma simples febrezinha a deixava em pânico.
  Minha vó Ermelinda, cozinheira e doceira de mão cheia, viu-se, por ironia do destino, diabética. E um dia foi pega com balas de café escondidas na toalha de banho. E eu, por qual razão, escondo gostosuras pela cozinha? Será que penso enganar a balança? Se ela não ver não engordo? Seus ponteiros não poderão me acusar? Afinal, nem diabética eu sou...
  Minha vó Isabel morou numa fazenda boa parte de sua vida e tinha covas nos joelhos causadas pela queda de uma cerca. Por que as covas nos meus joelhos estão ficando iguais às dela?
  Não esqueço as dores de amor da minha tia Paula, morta aos 36 anos. Dizem que foi câncer, penso que foi um amor não correspondido que lhe trouxe a enfermidade.
  Meu tio João trazia nos olhos e na voz grave toda a rispidez que uma grande infelicidade interna pode causar. Infeliz consigo, não conseguia fazer feliz quem amava.
  A tia Piléria tinha horror às tempestades. Fugia delas se escondendo dentro do guarda-roupas.
  Meu vô Mário era muito ativo e cheio de boas ideias. Adorava "bater perna", como dizia a vó Ermelinda, sua esposa. Terminou esquecendo como voltar para casa.
  Tia Mavilde foi uma das donas de casa mais caprichosas que conheci: até sua vassoura tinha capa de crochê!
  Tia Domitila era professora de inglês e apesar de casada, ia ao cinema sozinha nos anos 60. Ora, ela queria ver o filme, o marido não, ela ia só. E estava tudo certo, como deveria ser.
  Todas essas cenas e muitas outras refletem em mim, fazendo com que eu seja quem sou.

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