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Piracicaba, SP, Brazil
Sou casada, tenho um filho, amo viver, adoro trabalhos manuais, música, filmes, antiguidades etc.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bolsa: patchwork com jeans

Eu adoro jeans: adoro usar e adoro o próprio tecido. Tanto, que há anos atrás mandei forrar um sofá em jeans e o resultado foi muito legal. Com o tempo, ele foi ficando tão confortável quanto uma velha calça.
Agora estou com um projeto de fazer uma colcha jeans prá minha cama de casal. Vou desenhar o projeto e postar, pois a colcha mesmo, em si, pessoalmente, vai demorar um pouco. Quero fazê-la bem grande. E do jeito que tô sempre tendo outras ideias e vontade de costurar várias coisas, acho que vou fazê-la por etapas.

A bolsa dos quatro bolsos
Já há algum tempo venho juntando calças jeans em desuso. Como estou em férias resolvi dar o primeiro passo em direção à execução da colcha: comecei a desmanchá-las.
Daí, fiquei com dó dos bolsos irem para o lixo. Achei que deveria desenvolver uma outra utilidade prá eles.
E, a verdade é que esses bolsos que viriam a fazer parte dessa bolsa têm um fator emocional envolvido: são de calças que eu adoooorava usar, me sentia bem, me caiam legal. Sabe aquela roupa coringa, que quando você tá meio por baixo veste e se sente melhor? Elas eram assim prá mim. Com o tempo foram ficando gastas e eu fui meio que CRESCENDO, sabe? Pros ladinhos, entende?
Não podia simplesmente jogá-las no lixo, esquecer nosso passado de glória.
O que fazer???? Bolsa com práticos bolsos por fora prá acomodar chaves, celular, coisinhas que queremos ter mais à mão.
Homenagem mais que justa. Concordam?


Adoro vermelho e azul: esse tecido é lindo!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Almofada da Duda

A Duda mora em Brasília e é filha do Dú e da Mara. Tem um irmão, o Rodrigo.
De vez em quando eles vem prá cá nos visitar, como há alguns dias.
Ela tem covinhas, pequenas sardas nas bochechas e sete anos. Uma lindeza, podem imaginar.
Fiz prá ela esta almofada redonda (eu amo esse modelo, já notaram, né? É que é tão fofa que agrada a todos, penso eu).
O tecido usado na parte de trás e os de florzinhas da frente são da Renata Blanco, que conheci pessoalmente na última Feira de Patchwork do SENAC, em SP. Ela é uma graça e muito talentosa.
Só que desta vez eu reduzi o molde resultando numa almofada menor, bem no jeito prá uma menininha abraçar. Espero que ela tenha gostado!
Nós fomos comprar calçados e provamos modelos iguais: sapatilhas de coração!



Frente
Verso: reparem que no meio coloquei uma flor de feltro prá enfeitar e reforçar

Duda e eu de sapatilhas iguais...

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Antes e depois: cadeira de balanço

Eu não precisava dela. Eu já tinha outra.
Nada indicava que um dia eu compraria qualquer outra.
Mas, de novo, e sempre, e como ocorre normalmente comigo, fui fisgada.
Não resisti. A carne é fraca ou o miolo é mole: não sei o que há comigo.
Vocês resistiriam a esta bela cadeira de balanço, posta à venda na calçada? Eu não pude. Fraquejei.
Vinha, na minha santa inocência,  do trabalho prá casa, quando vi esta pobre, linda e charmosa cadeira de balanço em frente à uma lojinha que vende puxadores de móveis. Nada a ver com móveis usados, mas já saquei a do dono da loja: quando aparece alguma pecinha diferente prá vender ele coloca na calçada, pois a rua é muito movimentada. É um jeito de ganhar uma grana e assediar doidas por tralhas, que nem eu.
Mas não valeu a pena? Ela é linda demais e ficou tão bem na minha sala...




quinta-feira, 21 de julho de 2011

Last night

Que voem todos os fiapos, os trapos, as linhas.
Que o vento espalhe a boa nova: o amor aconteceu em algum quarto escuro.
Que os botões todos se abram, saiam de suas casas e fuxiquem entre si: ela está amando.
E o amor é doce, bom e grato. E macio como qualquer almofada e tão quente quanto a colcha de retalhos tantas vezes usada.
Amar faz bem.


domingo, 17 de julho de 2011

A menor coisa mais bonita do mundo



Meu marido, o Clovis, foi prá São Paulo ontem e me trouxe um presentinho: a menor máquina de costura que já vi.
Ela é feita em louça e é, como costumo dizer, uma belezinha.
Amorzão, eu adorei!!!!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Made in Portugal







A Cláudia, do entremeiolusos.blogspot.com (Portugal) e eu, fizemos uma troca: nos presenteamos com um metro de chita, cada qual do seu país, é claro.

Recebi um tecido cheiroso e liiiiindo!

Estava aguardando o meu presente como criança às vésperas do Natal!

A missão, agora, é decidir o quê fazer com ele. Vou planejar com calma, pois as possibilidades são muitas: uma vestimenta, uma bolsa, uma almofada etc.

Vale a pena conhecer o blog dela: é uma apaixonada pelas coisas de sua terra, como todos deveríamos ser das nossas. Sabe valorizar o simples, os botões, os velhos armarinhos. Temos o mesmo entusiasmo pelo mundo das costuras.

Obrigada pela chita!

sábado, 9 de julho de 2011

O antes e depois de um banquinho passeador e fotogênico















Mais uma reforma, uma segunda chance para um móvel que tinha tudo prá estar com seus dias contados.

Há tempos "precisava" de um banquinho prá agradável tarefa de esticar os pés enquanto leio o jornal ou vejo TV (eu crio cada necessidade prá justificar o que tô afim de fazer...)

Estava no carro, enfrentando um terrível congestionamento, quando vejo uma garagem transformada em loja de móveis usados. E, lá no fundo, em cima de tudo, um banquinho.

Claaaaaaaro que estacionei prá vê-lo de perto. E aquela carinha de anos 70 me comoveu:

¨- Quer ir morar comigo? perguntei.

- Claro, "mamãe"!, respondeu o banquinho".

Fala sério! Um banquinho de que te chama de mamãe no primeiro encontro não merece uma chance? E uma tinta fresca? E uma "roupinha" nova?

Ah, eu tenho coração mole gente...









segunda-feira, 4 de julho de 2011

E se...



E, se eu emendasse todos os tecidos que juntei e costurasse um tapete prá ver você passar?


Você desfilaria com suas histórias, seus medos e seus risos?


E, se eu reforçasse a linha e costurasse um enorme acolchoado só prá te envolver?


Poderia imaginar o calor do meu amor e o quanto lhe desejo?


Criaria, só prá você, um abrigo feito de pontos e nós, tecidos de algodão e todo o acolhimento que quero lhe oferecer.


Estofaria almofadas para descansar suas ideias e um ninho de retalhos para adormecer o seu cansaço.

Cobriria o seu corpo com o meu corpo e sussurraria no seu ouvido: "É prá sempre..."

domingo, 3 de julho de 2011

O relógio da minha avó Isabel




Eu passei a entender melhor o tempo quando o relógio de corda da minha avó Isabel veio prá minha casa. Coloquei-o na parede, dei corda e fiquei na platéia.
No começo, ele funcionou muito bem. Suas badaladas me traziam de volta a infância, o cheiro de café, a toalha xadrez.
Depois, como eu não fizesse mais nada, apenas esperasse que ele agisse, ele passou a atrasar.
Arrastava os ponteiros e suas badaladas eram graves, como um pesar.
Eu dava mais corda e tudo se resolvia temporariamente.

Dias depois, ele já se mostrava mal-humorado e atrasado.

Eu não o entendia: o que mais ele queria de mim? Eu já o tinha em destaque na sala, de vez em quando dava-lhe corda, tirava-lhe o pó, exibia-o às visitas...
Esse senhor só poderia estar caduco. Com certeza os anos deviam cobrar sua parte justo agora, na minha casa...
E ele falhava. Depois de mais de um século de existência viera tombar em minha sala.
Marcara o tempo dos meus avós, ninara minha mãe e meus tios, intrigara-me na infância.
Era um tempo em que só minha avó dava-lhe corda. Eu, olhando-o lá no alto da parede, ficava ao lado dela quando ela abria-lhe a portinha de vidro e retirava lá de dentro uma chave muito estranha. Introduzia-a no corpo do relógio e rodava, rodava. Ela tinha o poder. E ele, garboso, matreiro, respondia com ardor, apontando as horas.
Não era o esperado mas talvez fosse o justo que ele descansasse agora.
Minha avó já se fora e bem antes dela o meu avô.
Alguns dos meus tios já descansavam e a minha infância já fora perdida.
Talvez ele sentisse que findara sua missão.
Como um quadro, deixei-o na parede, mudo, gozando enfim seu silêncio.

Vai ver ele precisava da quietude, do descompromisso das horas passarem sem ser ele a anunciá-las (ou denunciá-las).
Passando mais um tempo, em visita à nossa casa, meu irmão Daniel perguntou pelo relógio.
Contei que poderia ter chegado o seu fim.
Ele estranhou: "Mas ele não está quebrado, deveria estar funcionando bem".
Foi embora deixando-me a dúvida: por quê então este relógio recusa-se a soar as horas certas? Diante dele, questionei: "Sou eu ou é você?"
E era eu o tempo todo.
Resolvi fazer nova investida.
Tirei o pó, acertei as horas e dei-lhe corda. E, na manhã seguinte, novamente girei a chave, finalmente em meu poder. E, no outro dia, corda novamente. E assim, todo dia. E ele nunca mais falhou.
Ele precisava de atenção. Corda diária.
Assim, aprendi que temos que ter tempo até prá ver o tempo passar.
Que, se há desatenção, o tempo continuará a passar sem mágica alguma e no final não haverá uma boa surpresa. Perdermos o poder do nosso tempo.
Teremos, como cegos e surdos às necessidades do dia-a-dia, tocado a vida sem apreciar a alegria sutil do ponteiro dos minutos nem a escandalosa manifestação do ponteiro das horas.
Dessa forma, fizemos um trato, eu e ele: darei-lhe corda e atenção diariamente e ele não baterá suas horas em vão.

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