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Piracicaba, SP, Brazil
Sou casada, tenho um filho, amo viver, adoro trabalhos manuais, música, filmes, antiguidades etc.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Dado de tecido




   Este dado foi feito aprendendo como se faz. Foi assim: uma vizinha, mãe de um meninho fofo e loiro, comprou um dado com números. Achou uma maneira divertida de ensiná-lo. Não era um dado de tecido, era algo como courvim (ou seja, é tecido mas não é, né?)
   Pensando nisso, me perguntou se dava prá fazer um outro dado com as vogais, para ensiná-lo as letras da mesma forma que os números.
   Como o dado tem 6 lados e as vogais são 5, o pai sugeriu o "G", de Guilherme, o nome do pequeno, no sexto quadrado.
   E parto para mais uma aventura costureira, de fazer o que não se sabe para aprender.
   Na letra " I ", embuti um zíper para que o dado possa ser esvaziado e lavado. Enchi com algodão siliconado e no meio, coloquei alguns pequenos guizos que fazem um som agradável ao se jogar o dado. Nada estridente.
   Tecidos bem coloridos porque criança gosta de cor e de alegria. E pronto.  O Gui tem um dado novo e eu já posso incluir no meu currículo: "fazedora de dados". A sorte está lançada.
 
 




quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Matrioska






   Sei que as matrioskas invadiram o mundo do artesanto. Tem muito material e tecidos com essa estampa.
   Mas, tudo conspira a favor delas: são fofas, gordinhas (e ninguém leva a mal, olha a vantagem!), tem cara de gente boa, estão sempre arrumadinhas.
   Levam no rosto uma expressão de amizade verdadeira, daquelas que podemos contar tudo sem medo de julgamentos.
   O que dizer das bonequinhas, então? Além de todos os predicados mencionados, são boas de se abraçar!!!!
   Há muito tempo planejava costurar uma dessas e o dia chegou.
   Fiz primeiro a grande. Gostei tanto que fiquei com dó de vê-la sozinha: costurei a filhinha! E já era tarde da noite, tinha jurado à mim mesma que iria dormir, que bastava para aquele dia. Mas a carinha da boneca ali, sozinha, me comoveu.
   E juro que, ao apagar as luzes para finalmente ir descansar, ouvi as duas rindo baixinho do lado da minha máquina de costura. Dormi bem feliz naquela noite.
 
(Obs.: Só prá dar alguma noção do tamanho: a maior tem cerca de 25cm e a pequena, aproximadamente 12cm).

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Agenda 2014 ou Procura-se mais deste tecido



 
 
   Gente, parece incrível mas o fim de ano já está aí.
   2014 bate à nossa porta e mesmo que não queíramos, ele entra de qualquer jeito, empurrado pelo tempo que passa cada vez mais veloz.
   Justo agora que eu estava acostumando com 2013... (olha a retardatária falando!)
   Esta agenda é para 2014 e foi feita sob encomenda. É do tamanho de um caderno universitário.
   Usei este tecido que comprei na Feira de Patchwork de Limeira deste ano.
   Por um desses delizes bestas da vida, cometi a bobagem de só comprar meio metro. Acontece que amei de paixão essa estampa que imita azulejos hidráulicos.
   E prá complicar a coisa, não tem ourela, então não sei de que marca é. Prá piorar tudo, não lembro em que stand comprei.
   Então, queria pedir que, se por acaso alguém que estiver vendo esta postagem souber da marca, ou onde posso comprar mais desse tecido lindo, gentilmente me avise. Combinado?


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ana Francisca: uma vida entre livros



Ana Francisca gostava de ler. Talvez seja demasiado simples enclausurar seu gosto nesta afirmação: gostava de ler. Ana Francisca vivia para ler.
Os afazeres da casa eram colocados em segundo plano: o que lhe importava mesmo era a vida vivida entre as páginas impressas.
O almoço podia esperar, o fim da história não.
O marido, sujeito calmo e compreensivo, tentava lhe facilitar a vida. Apesar de trabalhar na Sorocabana (que depois seria a FEPASA), ainda chegava a tempo de adiantar o jantar.
Ana Francisca reencostada em sua poltrona, olhos fixos no livro e Batista, o marido, lavando o arroz, pondo o feijão a cozinhar, cortando a cebola.
Entre uma folha e outra do alface observava a mulher quieta, toda concentração voltada ao livro.
Por fim, lentamente ela fechava o volume e voltava à vida real, ao jantar real, à família real.
O marido não era de queixumes: nada disso afetava o amor que sentia pela esposa leitora.
Ferroviário, era mais de fazer do que de ler. Apesar disso, frequentava a Biblioteca da Sorocabana, onde ia retirar livros para a mulher. Assim, eram três livros em trânsito: ele emprestava três livros e quando os devolvia, na verdade só os trocava; levava de volta outros três.
E de três em três, Ana Francisca leu a Biblioteca inteira! Não imagino o tamanho da biblioteca em questão, mas deviam ser muitos livros. Tantos, que resolveram prestar homenagem "ao seu mais devotado leitor", o Batista! Sim, o sócio da biblioteca era o marido e como tal, era em seu nome que os livros eram retirados. Conclusão óbvia para os funcionários da biblioteca, tratavasse de um grande leitor. Ledo engano!
E como esclarecer tal mal entendido sem constrangê-lo? Sem revelar que ele não tinha lido uma linha sequer dos muitos livros que retirara?
Foi marcada até uma solenidade para que Batista, o marido que não lia, recebesse uma honraria como o "grande leitor", o exemplo a ser seguido pelos colegas.
Alegando mal-estar (que não era de todo mentira!) escapou-se dessa.
Em outra ocasião, Ana Francisca meteu-se num concurso de contos da famosa marca de produtos higiênicos para senhoras, a Palmolive. Sim, Ana Francisca também gostava de escrever.
O tema: Saudades. Não se sabe o que levavam as linhas que ela traçou, mas acabou vencendo o concurso. Teria portanto, direito a que o prêmio lhe fosse entregue.
Certo dia, uma carro de luxo chega ao seu portão.
Atende uma Ana Francisca desalinhada pela lida doméstica, que bem naquele dia lhe calhou executar.
"- Por favor, Dona Ana Francisca está?"
"- Ah, sou eu mesma!"
Houve um príncipio de dúvida: poderia aquela mulher que ali se apresentava ser a senhora escritora? Sim, era ela mesma.
O prêmio, uma grande caixa de madeira pintada de azul-marinho, cheia de produtos, foi recebido mas, antes que ela pudesse desfrutá-lo (e por razões enigmáticas) ainda ficou exposto por dias na vitrine da melhor relojoaria da cidade.
Uma prima, em certa feita, viu-se em apuros: tinha que deixar um pequeno verso no caderno de lembranças de uma amiga e nada lhe ocorria. E Maysa, a amiga, lhe cobrava a recordação.
Ana Francisca foi em seu socorro e rabiscou o seguinte:
"Culpa tiveste tu, Maysa,
por quereres meu pobre verso aqui.
Mas pouco importa:
numa roseira, entre lindas folhas verdes
é natural haver alguma folha morta".
Quando Ana Francisca partiu, já entrada em anos, deixou em todos a sensação de um livro muito emocionante do qual nunca pudemos ler o final.
Em sua sepultura, os filhos lhe fizeram uma última homenagem: a escultura de um livro com as páginas entre abertas, como a lhe fazer companhia na derradeira aventura.

domingo, 3 de novembro de 2013

Colcha para bebê










     Mais uma colcha para bebê! Talvez seja uma das coisas que mais gosto de costurar. Penso naquela pequena criança  a ser coberta com a colchinha, no carinho com que sua mãe lhe arrumará o berço.
       É como uma festa íntima dos dois para a qual posso dar uma pequena colaboração.
    Há alguns anos atrás costurei uma colcha para um menininho acabado de nascer. E quando, um ano mais tarde, fui convidada para seu primeiro aniversário, a mãe me apresentou: "Olha, ela que fez aquela colchinha que você adorar brincar de procurar os bichinhos". Achei uma apresentação e tanto! Pronto, tudo tinha valido a pequena, ainda que ele não tenha entendido nada. Eu entendi! E fiquei feliz da colcha de retalhos lhe proporcionar, além de algum calorzinho, uma brincadeira gostosa.
      E este tecido principal da colcha, de bichos, pretende repetir a mesma história. Esquentar, fazer sonhar e mais tarde, provocar alguma brincadeira.


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