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Piracicaba, SP, Brazil
Sou casada, tenho um filho, amo viver, adoro trabalhos manuais, música, filmes, antiguidades etc.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Carteira de patchwork









   
    Tudo depende do olhar. Essa foi uma das coisas que aprendi com o patchwork.
 Quando comecei a costurar, olhava intrigada para projetos que me pareciam complicadíssimos e pensava que nunca conseguiria fazê-los.
  Daí, minha mestra Iná, me dizia: "procure o quadrado". E sempre havia um quadrado simples que ligado a outros formava um bloco lindo e só aparentemente complexo.
   Ah, então é assim?! Parece que a partir dali, transferi o olhar para a vida, para as ruas, para as fotos, para os problemas. E fui capaz de uma visão mais simples e esclarecedora das coisas.
  Talvez tenha sido nesse momento que me apaixonei de vez pelo patchwork.
  E também pelo fato de tornar possível realizar com trapos o que ainda nem existia, como esta carteira. Durante muito tempo, procurei um molde ou um tutorial de uma carteira assim.
  Não encontrei (ou não soube procurar) e decidi fazer eu mesma um projeto que atendesse minhas necessidades.
  Ei-la aqui, exatamente do jeito que eu sempre quis. Agrada-me pensar que não existia carteira alguma: ela só foi tomando forma pela minha vontade de torná-la real. E boa vontade é tudo.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Porta-travesseiros: linho e apliqué








     O que faz de uma casa um lar? Não basta ter paredes, portas, janelas.
     Não é um punhado de tijolos, cimento e madeira que transforma qualquer habitação numa casa com "C" maiúsculo.
     Primeiro, há de se ter o interesse de preencher aqueles ambientes com algo mais que móveis e eletrodomésticos.
     É preciso entender suas necessidades e rotinas, porque uma casa pede para ser administrada como uma empresa cujo único lucro é o bem estar dos moradores.
     Não é um lugar para se falar alto, para exigências incabíveis, para coisas feias: mesmo com muito pouco se pode fazer transformações, basta boa vontade.
     Gritos, só de alegria: "ganhei na loteria!".
     Há que se vestir uma casa: lençóis com estampas delicadas e alegres, toalhas macias, jogos americanos plástificados (desculpe, eu detesto lavar toalhas de  mesa!). Tudo simples. Tudo limpo. Tudo cheiroso.
     A cozinha deve saciar a fome e alimentar o espírito: nada complicado, tudo feito com amor.
     Por fim, uma casa se constrói antes no coração...
 
(Ah, ia esquecendo: fiz este porta-travesseiro com apliqué no linho e a casinha com chaminé me levou a filosofar tudo isso. Adoro casinhas!!!)

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Estranhamento

    

     Há um tempo atrás, assisti à uma missa no Convento das Carmelitas. Quem celebrou a missa foi nosso bispo e durante seu sermão ele disse algo sobre o qual fiquei pensando: "... é preciso se estranhar as coisas...".
     E fico pensando em quantas coisas vou vivendo sem estranhar, sem reparar, sem refletir.
     Talvez se tivesse mais atenção mudasse algo, aprendesse mais alguma coisa, fizesse a diferença prá mais gente.
     Acontece que o dia a dia corrido é uma máquina esmagadora das reflexões, dos momentos em que se para apenas para pensar.
     Tem momentos que me sinto meio em transe e até meio sonolenta nas coisas rotineiras. É como se eu não estivesse ali, não sentisse na carne o que está rolando.
     E me dá um medo danado de acordar tarde demais.
     Hoje, por exemplo, vi duas mulheres e uma garotinha andando.
     Só a criança reparou no homem que dormia na calçada por onde elas passavam. As duas mulheres nem voltaram suas cabeças, nem estranharam.
     E, Deus do céu, desde quando é normal alguém dormir na calçada??? Quando foi que a gente se acostumou com essa e outras barbaridades???
     Eu gostaria de estranhar mais, de protestar, de fazer algo.
     Mas, sigo embaraçada e constrangida com a sensação de impotência, de correria, de não ter tempo e, principalmente, de medo.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Bolsinhas ou estojos ou necessaries: você decide!


frente

verso

perfil

zíper aberto

aqui, a versão mais "magrinha"
frente

verso


zíper aberto

   Existe gente tão talentosa e generosa na partilha que me fazem sentir uma criança dando os primeiros passos.
   E, como toda criança (ah, tá!!!) ávida por conhecimento, quando aprendo fico toda prosa e envaidecida.
   Foi gozado como cheguei até o Criar.
   Estava começando meu blog e tinha mais coisa que eu não sabia do que coisa que eu sabia, compreendem? Tipo placar: Conhecimento de blogs: 10%   X  Vontade de fazer: 90%.
   E o duro é que não conhecia ninguém, assim em pessoa mesmo, que pudesse me ajudar.
   Tentei pedir ajuda ao meu filho e seus amigos mas, qual o quê! O mundo virtual deles é outro (e não é fantástico que existam tantos mundos dentro da internet?)!
   Apelei para um site de perguntas e quem teve a gentileza de me responder? Ela, a Regina! Aí, fui ver quem era ela e descubro uma enciclopédia virtual cheia de tutoriais e boas ideias. Dupla gratidão!
   E depois disso, bem mais tarde, ela postou uma capa que fiz para minha máquina de costura.
   Eu, que sou assim meio tontolona, senti que tinha saído na "Caras"...

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Zezé e Lú

Tia Zezé, meu vô Floriano e tia Lú

   Eram duas as tias-avós: Zezé e Lú, irmãs do meu vô Floriano.
   Tantas foram as voltas da vida, em diferentes cidades e com diferentes fazeres. Mas um dia, quis o destino uní-las na velhice na mesma casa.
   Moravam num grande sobrado de esquina com um pequeno jardim à frente.
   Tia Zezé era viúva, tia Lú abandonada: o marido saiu para comprar qualquer coisa e nunca mais voltou.
   Tia Lú havia morado em São Paulo onde se aposentou como professora. Quando ainda lecionava devia ganhar muito bem pois enchia a família do interior com presentes. Comprou o primeiro fogão a gás da minha vó Isabel.
   Vestia os sobrinhos com o que havia de mais moderno na São Paulo dos anos 40/50.
   Quando vinha ao interior visitá-los, trazia para as crianças uma "mala surpresa": era onde vinham os brinquedos!
   Tinha um casaco de peles que, no inverno da velhice, só usava para ir à Caixa Econômica receber seu pagamento.
   Tia Zezé fora casada com um militar e ambos jovens e belos protagonizaram histórias de ciúmes famosas na família. Mas, se amavam e ficaram juntos até a morte dele.
   Idosa, começou a esquecer as coisas e passou a fugir de casa.
   Certa feita, entrou no carro do bispo achando que era um táxi. O bispo, após o susto inicial, percebeu que se tratava de uma senhora doente e tratou de descobrir onde ela morava, devolvendo-a em segurança.
   Era uma casa curiosa de se visitar: o assoalho rangia, a escada de madeira era escura e a cozinha triste. Ninguém cozinhava ali e toda comida vinha pronta de uma pensão.
   No canto da pia  jazia a marmita de 5 andares que era trocada quando chegava a marmita cheia de comida impessoal.
   Os doces (claro que comprados prontos) eram guardados em latas.
   A recordação que me ficou destas tias-avós me faz querer perfurmar a casa com mais bolos assando, com feijão cozinhando com louro e com uma pitada de esperança num futuro diferente.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Manequim de costura: Antes e Depois

Depois





Antes

Eu não aguentei e já comecei com o "Depois"!
Sempre quis ter um manequim de costura. Embora eu não costure roupas, às vezes faço um avental ou uma bolsa que queria fotografar num desses manequins.
Nunca encontrei exatamente o que eu queria até que outro dia, num bazar, encontrei este manequim (o "Antes") em tecido preto.
O pé de ferro estava meio enferrujado, descascando, mas o corpo estava bem legal, embora muito sujo.
A vendedora do bazar disse que conhecia a senhora que doou esta peça e que ela comentou ter costurado muito com ele. Esperava que quem o comprasse também o usasse bastante.
Se sem historinhas de costureira emotiva eu já compraria, imagine depois de ouvir essa declaração!
Já sai abraçada com ele!!!
Levei ao marceneiro que me ajuda e ele topou o projeto. Refiz o revestimento do corpo e ele fez o resto. Quando achou na sua oficina esse torneado guardado há mais de 40 anos me ligou todo animado: o manequim já tinha algo como uma "cabeça".
O que seria o pé de uma pequena mesa virou o suporte. Nas fotos ele pode parecer pequeno mas tem cerca de 1,60 m de altura.
Estou bem animada e acho que ficou muito bacana!!!!
Tomara que vocês gostem...


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Corações de foundation: um amor de panô












   Adoro coisas penduradas! Só não penduro mais coisas pela casa para não ser EU a ser pendurada num hospício.
   Meu marido exerce firme e necessária vigilância nas minhas investidas pelo nosso apartamento. É que adoro coisas, velharias, antiguidades, bules, xícaras, bancos, cadeiras... é uma longa lista. Talvez eu seja uma pessoa feliz por isso: há muita coisa que me agrada! Difícil fazer ele entender isso quando chego carregando uma "nova" tralha para casa!
   No fundo ele entende, compreende mesmo meu jeito.
   É que apesar de nos darmos muito bem, no fundo ele queria uma casa, me perdoem a palavra, "clean" (argh!!!).  Sabe aquele nada misturado com pouca coisa e tudo em ordem?  Para quem sonhava com isso, viver com uma pessoa como eu, só com muito amor!
   A minha sorte é que ele ainda não começou a cercear as coisas que costuro para a casa, como esse panôzinho de corações, que será pendurado em alguma porta. Penso que não sobrará uma porta em branco neste apartamento (ele que não me ouça...)
   Usei como suporte do panô uma bela agulha de tricô de madeira.
   Achei tão linda essa agulha que comprei logo cinco pares!!! Tricô já não faço há algum tempo, mas não podia deixar de ter mais essa bela contribuição chinesa para saciar nossa vontade de consumir, né?
   E foi até bem útil: pode me render 10 panôs, já pensou??? Agora o marido endoidece...

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Bolsa com bolso duplo



frente

verso





 
 
    Essa bolsa foi costurada pensando numa amiga do meu marido e minha. Admiramos seu trabalho em prol do mais fraco, do abandonado, de quem não tem quase mais nada a perder: só o que têm é a si mesmo.
    Sua indignação com as injustiças reverbera em nós com o brilho da esperança de que ainda há quem queira fazer o bem.
    Querendo dar mais colorido aos seus dias, usei uma cominação de dois tecidos com fundo marrom: uma deles com pequenas flores cheias de cores e outro com estampa apenas em amarelinho.
    Queria algo colorido mas elegante, que pudesse frequentar com charme tanto uma reunião quanto um passeio mais descontraído.
    Elaborei esse bolso duplo e externo pensando na praticidade de se guardar as chaves e o celular.
    Tomara que esta bolsa seja uma boa companheira em suas batalhas pela justiça e pelo acolhimento, e viva dias cheios de vitórias.

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