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Sou casada, tenho um filho, amo viver, adoro trabalhos manuais, música, filmes, antiguidades etc.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Gráfica





O trabalho numa gráfica, prá mim, veio totalmente por acaso (há quase vinte anos!)

Mas, desde o primeiro dia, um mistério começou a ser desvendado.
Antes mesmo de trabalhar na gráfica que estou até hoje, eu ia ocasionalmente até lá, a serviço.
Mas, nunca havia ultrapassado o balcão de atendimento. Ali era o meu limite: eu era “de fora” e o que acontecia lá dentro eu não sabia.

Aos poucos foi se revelando uma realidade surpreendente. Eu não fazia idéia dos processos de impressão, da sensibilidade do papel, da alma do gráfico.

E os tipos de chumbo? A fonte alta e a baixa? E as caixas de tipos? Que emaranhado de letras, que labirinto... Esse lado antigo despertou minha curiosidade.

E como pude ignorar até então o trabalho do tipógrafo que ia montando as palavras de trás prá frente?

Foi um velho novo mundo se abrindo prá mim.

Lembrei de ter lido que Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir compuseram como tipógrafos alguns textos. E também do “meu” Machado de Assis, que foi tipógrafo no começo de sua carreira. Minha admiração cresceu mais ainda. Acho que talento e esforço andam juntos, em qualquer área.

Fiquei tão fascinada pelas linotipos que tínhamos que fui ler sobre seu criador, Mergenthaler, que era relojoeiro e terminou louco após sua invenção revolucionária (a linotipo).

Até então os tipógrafos trabalhavam com fontes móveis, numa prensa manual. E ele criou a linotipo, onde era possível se fazer uma linha inteira, usando o chumbo em estado líquido.

A idéia da folha virgem passando pelos tipos de chumbo úmidos de tinta, transformando-a para sempre, dando um sentido, carregando um texto, causando uma marca, transportando uma mensagem me comove.

E essa coisa de que o papel passa e o tipo fica e logo se transforma em outra palavra, em outro texto, em outro serviço, é meio como a vida da gente: a gente é a folha em branco que vai se marcando com a nossa história, com nossos erros e acertos. O duro é que não tem rascunho nem revisor .

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