Arranjos que fiz recolhendo plantas ou matos na rua |
Uma das coisas que mais me faz lembrar meus tempos de criança são alguns cheiros.
Quando eu dormia na casa de qualquer
uma das minhas avós, lembro perfeitamente do cheiro da roupa de cama. Não era
um cheiro de sabão, muito menos de amaciante ou perfume. Era um cheiro
indecifrável e muito agradável.
Cheiro de roupa limpa guardada
nos armários das avós. Cheiro de roupa de cama que embalava e descansava nosso
corpo cansado das brincadeiras. Cheiro da vó por perto.
Minha avó Isabel era viúva, então
quando “pousava” lá, dividíamos a cama dela de casal. E adormecíamos de mãos
dadas.
Os colchões da casa dela eram de
capim seco, o que provocava barulhinhos a cada virada na cama. Mas isso não
abalava em nada meu sono; tenho até saudades desses estalos. Saudades também de
ouvi-la rezando o terço diário: ela murmurando as orações, que nem eram feitas
em voz alta nem em sussurros. Eram mesmo uma espécie de mantra murmurado.
Já minha outra avó, a Ermelinda
(adoro esse nome!), tinha meu vô Mário. Então, quando algum dos netos dormia
por lá, ocupávamos o quarto que tinha sido do meu tio Sérgio, um cara barbudo
que mudou para São Paulo nos deixando meio “órfãos” de tio. Mas, cada visita sua nos trazia um pouco da
cidade grande, um pouco das novidades que vinham em suas roupas, seus sapatos,
seu jeito de falar e de ver a vida.
Embora não fosse a cama da vó, os
lençóis tinham o mesmo cheiro gostoso, aquele perfume das coisas verdadeiras,
dos afetos genuínos, do bem querer e do bem-estar.
E era gostoso acordar de manhã e estar num lugar diferente
da nossa casa, do nosso quarto.
Estávamos num lugar seguro, cheio de amor e que nos
assegurava um sentimento grande de família. Coisa não tão fácil de achar,
naqueles tempos...
Obs.: Andei meio afastada do blog por conta de uma paixão recente: o Instagram.
À todas as boas amigas que por aqui passarem, convido a "frequentar" meu insta: @dandolinhas. Será muito gostoso também poder frequentá-las. E, se por acaso alguma ainda não tem, recomendo viva e entusiasticamente. É a nossa cara!
18 comentários:
Oi, Rebeca! Que post mais gostoso! Me fez viajar no tempo! E esse cheiro dos lençois, das casas da infância... que lembrança boa!Também dormia na cama da minha vó quando a visitava nas férias. Os seus arranjos também ficaram lindos!
Olá Rebeca,
Quantas lembranças boas, como lembro do colchão de capim, não gostava nem um pouco,rs, mas adorava o cheiro dos lençóis e do pão fresquinho que minha avó fazia. As gavetas cheiravam a sabonete Alma de Flores, o único que usava e guardava junto com as roupas na cômoda. Adoro seus arranjos, lindas recompensas das caminhadas.
Beijinho.
Boa noite Rebeca!
Amei seu post, viajei também no meu tempo de criança, onde dormia em colchão de palha na casa do meu avô, era maravilhoso, não tenho palavras para descrever aqueles momentos únicos que irão ficar para sempre em minha mente e em meu coração. Ah! Melhor ainda era despertar com o cheiro do café e o calorzinho que envolvia a casa toda pelo maravilhoso fogão à lenha... Muitoooooooo Bom...
Beijos no coração.
Rebeca querida, que linda postagem cheia de boas lembranças e momentos inesquecíveis.Sinto muito não ter convivido com meus avós.Meus avós partiram muito cedo,quando eu ainda era um bebê.Fiquei encantada com a linda história da sua infância!Tem postagem nova no meu blog de costurinha!
Beijos e um lindo Natal por aí!
Amara
Oi, Rê!
Que gostoso lembrar de vó e de vô. Eu sinto muito saudades dos meus. Não tive a oportunidade de dormir de mãos dadas com minha vó, mas me lembro certinho do cheiro da casa dela, das almofadas e do café quentinho que ela passava pra gente tomar. Eu também anfo frequentando o insta, mas não largo o blog não, aqui podemos falar mais...kkk. Beijos e obrigada pelas lindas flores que você colheu e nos mostrou. Clau.
Rê, que texto mais bonito!
Vc descreve cm tamanha propriedade que senti os cheiros do lençol e da palha, o ranger do colchão, o calor da mão da vó Isabel...
Vi também que vc tinha 4 ou 5 anos quando ficou órfã de tio... Que tristeza me deu!
Algumas pessoas, não todas, fazem muitas bobagens quando são crianças de 20, 30, 40 ou 50 anos... Que pena, pois quase tudo não tem conserto depois. Hoje posso dizer que lamento muito esse tipo de coisa, de sumir dos lugares, das vidas das pessoas, tudo sem pensar, sem grandes consciências. Que pena!
Adorei seus vasos! A idéia foi muito boa e vc a executou com maestria! As fotos estão lindas, composição perfeita,, luz, perspectiva!
Adoro vc, beijos!
Sergio
Minha linda esse tal instagram afastou todo muuundo, kkk, quem de nós não somos loucas por fotos de artesanato? Hj sou visitada por no máximo 5 amigas no blog, mas é a evolução da tecnologia, das comunicações né. Adorei seu texto, pq fui uma criança criada sem casa de avós, isso tirou um pedaço de mim, mas no dia em que for avó ah vou caprichar, lindo texto, bjus
Oi Rebeca, vim ver esse cantinho lindo e cheio de poesia na alma e agora não saio mais. Já até assinei o feed pra não perder nadinha dessas palavras cheias de amor por aqui.. Palavras com cheirinho daqueles tempos maravilhosos muito bem relatados por você... Casa de vó tinha esse cheirinho mesmo de roupa lavada e guardada... Lembra sim a infância.. uma doce infância onde o problema maior era dividir o tempo pra uma vó e pra outra...
Na casa da minha avó materna que era mais caladinha, era onde estavam os primos da minha idade. Os primos que eu adorava brincar e passar o dia inteiro ou mesmo o fim de semana perto deles.. brincando muito e brigando também..rs... Lá eu esquecia da vida..
Já na casa da minha avó paterna não tinha primos pequenos. Só uma tia e meus avós. Os primos moravam em outras casas e acabei na infância não tendo muita proximidade deles... O que eu queria mesmo era que chegasse a hora da visita e ir pra outra vó...Porém, era lá que tinha minha vozinha que nos acolhia com doce de leite com casca de laranja e meu avô que nos colocava no colo e ensinava Resta Um pra gente... Que saudade eu tenho deles e que vontade de ter entendido aquela época como vô e vó são importantes na vida da gente...
Lindas recordações por aqui... e você é uma artista mesmo.. cheia de poesia na alma... faz das flores da rua um verdadeiro cenário de beleza... Eu e Maria também gostamos de pegar as florzinhas da rua... ela aprendeu com mamãe a beleza das coisas mais simples...
E agora que cheguei aqui quero ver mais coisas bonitas como esse texto..Concordo que o Instagram tem sido o queridinho atualmente, mas é no blog que entramos na alma verdadeira da pessoa, onde nos sentimos mais em casa e do nosso lado, podemos mostrar com mais verdade e paixão o que amamos na vida...
Um beijo doce e desculpe o testamento... não sou de poucas palavras rs
Quando puder assine nosso feed também que está à esquerda do blog em azul... Será um prazer sua visita.... um beijo doce e linda quarta-feira..
Ahhh mais tarde tem receitinha de bolo delicioso no blog..
Tê e Maria ♥
Chorei! Lembrando o barulhinho do colchão de palha, no quarto que era dos últimos tios solteiros, Orlando e Geraldo. Na casa da Vovó Trinidad e do Vovô Ângelo também era assim. E você me fez lembrar dele tomando seu café na canequinha verde de ágata. A mais pura verdade:"aquele perfume das coisas verdadeiras, dos afetos genuínos, do bem-querer e do bem-estar" ❤ obrigada por este post.
Que lindo texto flor! A tua infância deve ter sido muito feliz! Avos são uma benção! O Insta é mesmo uma paixão, prefiro mil vezes ao FB, nele tu vê o que quer e não o que os outros impõem.
Fiquei sentindo o cheirinho dos lençois da minha nana!
Beijos!
Frida Lucia
ADOREI O TEXTO...
VOU PROCURAR-TE NO INSTA, NÃO COMO MARIA, MAS DEPOIS IDENTIFICO-ME.
BEIJINHOS :)
Que lindo! Que ternura de texto! Adorei, estou de lagriminha ao canto do olho, Rebeca... obrigada pela doce recordação.
Beijinho grande!
Olá Rebeca, seu texto é lindo e cheio de afeto. De fato o olfacto, mais do qualquer outro de nossos sentidos, nos traz sempre muitas recordações.Nunca convivi muito com meus avós, pois morava a um oceano de distância. E há 40 e tantos anos atrás, uma viagem transcontinental ou um simples telefonema, era coisa complicada. O que me lembro muito, de quando ia ao Brasil e dormia na casa dos meus avós, é dos sons, e da confusão (do medo, quase) que me fazia, estar deitada na cama e separada do exterior apenas por venezianas.Uns passos na rua ecoavam logo ali, como se a pessoa estivesse dentro de casa. Vinha da Europa, fria, da casa lacrada ao exterior e chegava ao nordeste do Brasil, numa casa aberta para a rua, com janelas sem vidros para deixar um "ventinho" passar. Na verdade e pensando bem, penso que aterrava na casa dos avós como uma autêntica ET! Até hoje, me encanto com casas que tenham muita comunicação com o "lá fora". Lembro do jardim de inverno, quando chovia, molhava a casa! impensável isto num país Europeu. Enfim, memórias!
Seus vasos e arranjos são singelos e lindos.
Hola Rebeca querida que lindo post de tantos recuerdos de la niñez .. Espero que tenga una linda Navidad
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