Meu querido diário...

Essa é minha agenda deste ano, que é
 meio que um diário de gente grande, não é?

Um dia, li num dos jornais da minha cidade, texto cuja autoria já nem lembro mas que não me saiu da cabeça desde então.

O autor tratava de diários (era um homem, disso me recordo).

Sim, desses livros que muitas pessoas escreviam (ou escrevem, será?). Era uma coisa mais de adolescentes, acho. Eu mesma escrevia. E me fazia um bem!

No texto, esse senhor dizia que as pessoas escreviam com a intenção de um dia o mundo as reconhecer como grandes almas ou qualquer coisa assim.

Eles se tornariam públicos e todos saberiam que grande pessoa existia ali. Ou seja, haveria uma certa pretensão nas pessoas que gostavam de escrever sobre si mesmas e suas vidas.

O texto me trouxe tanta indignação! O autor via uma arrogância nos diários que talvez fosse uma característica sua.

A ideia me pareceu tão descabida que me incomoda até hoje, talvez porque eu sinta o blog com um quê de diário, descrevendo um pouco da minha vida.

E nem penso em me tornar celébre, ou conhecida, ou reconhecida.
Quero só contar que EU EXISTO. Que passei por aqui.

E sou só eu.