Saldos do carnaval

O feriado de carnaval foi tempo de leitura, filmes, algumas costuras, descanso e passeios.É uma pausa saudável no dia a dia. Às vezes precisamos nos afastar de algumas coisas para ver tudo sob outro ângulo. Bem, o saldo foi um livro lido (O amante, de Marguerite Duras), duas almofadas novas e uma sacola de compras.

Há um trecho no livro que me deixou extasiada: a descrição minuciosa do envelhecimento precoce de uma menina que se envolveu com um homem 12 anos mais velho.

Sou obrigada a dividi-lo com vocês. Não tenham preguiça e leiam a joia deste trecho:

"Muito cedo na minha vida ficou tarde demais. Quando eu tinha 18 anos já era tarde demais. Entre dezoito e vinte e cinco anos meu rosto tomou uma direção imprevista. Aos dezoito anos envelheci. Não sei se é assim com todos, nunca perguntei. Creio que alguém já me falou dessa investida do tempo que nos acomete às vezes na primeira juventude, nos anos mais festejados da vida.

Esse envelhecimento foi brutal. Eu o vi apossar-se dos meus traços um a um, alterar a relação que havia entre eles, aumentando o tamanho dos olhos, fazendo mais triste o olhar, mais definida a boca, marcando a testa com rugas profundas. Não tive medo e observei o envelhecimento do meu rosto com o interesse que teria dedicado a uma leitura."

Pode ser ruim um livro que contenha este trecho??? Eu recomendo!

Selinho que ganhei!

Este selinho ganhei da Nilce, do blog http://nilceeasartes.blogspot.com.
Ela é muito caprichosa e vale a pena visitá-la!
Quem recebe este selo tem que responder a um questionário, que segue abaixo, e presentear 10 blogueiras.

Vamos às questões:
1- Sua meta para 2012?
Ser feliz.
2-Quem você ressuscitaria se tivesse poder?
Minhas avós.
3-O que te faz mais feliz?
Ter saúde e paz de espírito.
4-Sua foto favorita?
As do meu filho.
5-Um lugar que você adorou conhecer?
Campos do Jordão e a Praia do Meio, do lado de Trindade.
6- Presente recebido que causou surpresa?
Flores inesperadas.
7-Prato predileto?
Macarronada.
8-Pensamento antes de dormir?
Nas coisas que me aconteceram durante o dia.
9-Ultimo presente que me dei?
Um vestido lindo!
10-Algo que me tirou do sério o ano passado?
Nem lembro mais...
11-Realizações para 2012 que não consegui em 2011?
Eliminar coisas sem utilidade que vou acumulando.
12-Um motivo de agradecimento?
Saúde!

Agora divido o selinho com dez blogueiras:
http://tecidoseamigos.blogspot.com
http://coisinhasdatita.blogspot.com
http://rosaerendas.blogspot.com
http://mundadaluciana.blogspot.com
http://ale-artesanato.blogspot.com
http://bazardaarte.blogspot.com
http://umamordecroche.blogspot.com
http://artesclaudiaroveri.blogspot.com
http://rosacrochecoloridos.blogspot.com
http://alminhaspeludas.blogspot.com

É meu aniversário!!!!!!!

Hoje é meu aniversário! Faço 46 anos.

É um dia muito feliz prá mim. Não sinto o peso dos anos: sinto gratidão por tê-los vivido. Sinto que fui abençoada. Sinto que tive sorte, mas não no sentido que tudo me caiu no colo assim, de graça. Batalhei por tudo que tenho: desde as coisas normais que um ser humano vai necessitando ao longo da vida, quanto pela paz de espírito. Foram construções. Foi tijolo por tijolo colocado na edificação da mulher que sou hoje. E foi o encontro com meu marido que me trouxe muito do que me faz feliz hoje. Foi o nascimento do meu filho, que eu ansiava quase que desde criança.

As coisas que desejei e não tive, e algumas desejei até há bem pouco tempo, não eram para mim. Foi melhor assim. Não me fariam bem nem mais feliz. Eram para outras pessoas. Não prá mim.

Meu coração está em festa! E cheio de promessas de mim prá mim mesma: ver cada vez mais ver o lado positivo das coisas, levar a vida leve, ter em minha mão apenas a mão de quem pode me fazer feliz, e sempre, sempre, agradecer.

Um avô de muitos talentos

Esta foto é da net mas ele é parecido com meu vô Mário, até no boné!

Hoje é aniversário do meu vô Mário. Seria. Ou é. Ou já foi. Não, nada disso: sempre será.

Ele era marceneiro. Adorava comemorar seu aniversário e sempre fazia festa.

Nós nos arrumavámos e íamos à casa dos avós vê-lo ser festejado e festejar a si mesmo.

Tenho prá mim que ele gostava de si próprio. E gostava das suas coisas, dos seus passarinhos, da sua oficina no quintal.

Ele trabalhava em casa além do emprego que lhe consumia o dia todo.

Em casa reformava móveis e alguns estofados. Às vezes, com sobras de madeiras e torneados, construía outros móveis. Uma das minhas irmãs tem até hoje duas mesinhas nascidas assim: o tampo não tem nada a ver com as perninhas, mas não é que o resultado é interessante?

E a minha vó, patchworkeira sem saber, aproveitava os retalhos dos tecidos usados nos estofados e fazia tapetes.

Vô Mário também pintava quadros, completamente autodidata.

E cantava. Lembrava orgulhoso de ter feito parte do Coral da Igreja do Bom Jesus. E muitas pessoas que conheci tempos depois também se lembravam dele no coral.

Tinha uma coleção de vinis que só com o tempo aprendi a apreciar.

Lembro de uma caixa bonita com vários LPs do Dorival Caymmi. E tinha Nélson Gonçalves, Sílvio Caldas e uma galera que eu, ignorante e adolescente, achava duro de ouvir.

Mas ele adorava e cantava junto. E compunha: "Se não fosse o pé, Pelé não seria o que é..." era o trecho de uma música dele. Só me ficou o refrão.

Gostava de plantas. De canários. De "bater perna" como dizia minha vó Ermelinda. De molhar o pão no leite com café. De montar o presépio no Natal, com laguinho de espelho e tudo.

Penso que vale a pena termos vivido se mesmo após muitos anos da nossa morte, alguém ainda se lembrar de nós e pronunciar nosso nome de vez em quando.

E meus mortos, tenho-os todos aqui, em alguma parte do coração...

Sobre meu fascínio pelos porões

Há algum tempo atrás puibliquei um post (ou dois, nem lembro) sobre esses seres em extinção: os porões.

E fotografá-los virou, prá mim, o testemunho de uma época.

Registrá-los faz parte de uma homenagem pessoal à arquitetura de um tempo que me agrada muito.

Seria um absurdo dizer que sou a "porta-voz" dos porões? Claro que seria, mas eu já deixei de fazer sentido há tanto tempo...

E compartilho com vocês meus eleitos. Alguns deles já nem existem mais: as casas foram derrubadas, para meu grande pesar.

Há um azul que foi calado (vejam se podem achá-lo nas fotos). Tijolos foram colocados fechando-o e mais tinta azul por cima. Mas eu sei que um dia ele esteve lá. E um dia, foi uma casa nova, ansiada pelos moradores, com cheiro de bolo, cortinas e camas. Enfim, foi um outro tempo.

Ficam as fotos, vão-se os porões!

As cadeiras da Cloris

Ainda mantendo o pensamento em reforma de cadeiras, mostro hoje as cadeiras da Cloris, minha cunhada.

Ela é professora de profissão e costureira de coração. Costura há muitos anos e tem o maior dom. Faz muitos dos seus vestidos e resolveu costurar um encosto prá essas cadeiras que são de um jogo de jantar dela.

Como os assentos azuis estavam em boas condições pois ela mesma já havia os reformado há algum tempo, ela decidiu fazer apenas as capas do encosto.

Escolheu um tecido lindo de florzinhas azuis e bolou o modelo. A sacada, que não ser vista nas fotos, é coisa de costureira que conhece a arte de confeccionar roupas.

Para que as capas ficassem bem assentadas e justinhas, ela costurou por dentro, um colchete. Sim, o velho e bom colchete também pode ser usado em cadeiras!

Veste-se as capas e por dentro se abotoa o colchete! Ela nunca sai do lugar, fica firminha e bem definida.

É, quem entende, entende. E quem não entende, parte prá luta para entender e estudar o assunto, que nem eu. Adoro pensar que sou uma "estudiosa" do patchwork e da costura!

As flores na mesa, fiz prá minha sogra. Quase todas foram confeccionadas com retalhos de camisas antigas do meu marido, usadas geralmente para o trabalho. E outras foram feitas com retalho de uma blusa minha e outra do meu filho, neto dela.

Foi uma maneira de dizer que um pedaço de nós está sempre com ela...

Outro antes e depois e sobre a Casa Costa

Prá não ficar dúvida: o ANTES era o tecido colorido, tá?

As fotos não fazem jus à Casa Costa: já estava anoitecendo... Mas eís minha nova amiga em Paraty!

Há algum tempo atrás já fiz um ANTES E DEPOIS desta mesma cadeira (na realidade tenho duas destas poltronas).

Agora, novamente resolvi mudá-las. Como ficam perto da minha mesa de costura que agora é branca, optei por almofadas com fundo branco.

Adorei este tecido que comprei numa loja de tecidos em Paraty, nas últimas férias.

Foi tão gostoso achar esta loja nas minhas andanças por lá...

Eu já tinha andado muuuito pelas lojinhas para turistas, tomado chuva e estava morrendo de fome. Mas, eu sou mulher de desistir fácil? Ia sair da cidade sem achar uma loja de paninhos? Ou um armarinho? Ou os dois juntos? Jamais!

Foi assim que achei a Casa Costa, que como indica uma placa de azulejos na fachado, foi fundada em 1957.

Até hoje é administrada pela mesma família. E é um daqueles lugares que tem um pouco de tudo e muito de muita coisa. Quer uma peruca azul? Tem. Um sutiã bem grande e gostoso? Tem. Um tecido chique? Tem. Uma chita bacana? Vai lá. Rendinhas e sianinhas? Sim, guardadas em caixas que são postas no balcão antigo prá você escolher.

E a dona, uma senhora muito simpática que fica no caixa e te atende cantando: "Ai se eu te pego... assim você mata". Tudo isso somando sua comprinha!

Adoro esse ambiente! É a minha praia, definitivamente!