Era uma vez um alfaiate e sua esposa.
Ele costurava, ela cuidava das crianças e dava aulas para grupos da terceira idade, professora contratada, de tricô e crochê.
Às vezes, numa emergência, alguma aluna a procurava fora da sala de aula, na casa dela.
O alfaiate avisava:" Bem, tem uma 'aluninha' sua aí ! " E lá ia a "tia" socorrer a aluninha...
As sobras de tecido do alfaiate nunca foram desperdiçadas: juntos, o casal costurava colchas.
Algumas delas com sobras exclusivas de ternos, contam histórias da vida social cidade onde moravam. O azul-marinho foi do casamento do Juvenal; o marron foi da formatura da filha do Carlos; o preto, foi o terno do Pedro, quando a filha mais velha casou. E assim por diante.
A vida da cidade retratada nos retalhos remendados, costurados todos juntos, emendados numa história só, que pode ser a história de qualquer um.
Outras colchas foram feitas com retalhos comprados especialmente para a função de colchas mesmo, emendados formando um desenho exclusivo.
São trabalhos autênticos de patchwork, trabalho de retalhos, de aproveitamento para aquecer e enfeitar.
É um fato desse que me inspira, me faz crer cada vez mais nas coisas simples e boas da vida, na "alma" do patchwork sem frescura, como era no princípio é agora e sempre. Amém.
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