Hoje eu faço 44 anos. Passou rápido demais e sinto que cada vez passará mais e mais depressa.
O tempo é precioso e a gente só fica triste quando ele passa em vão.
Fico pensando se faço o suficiente com o meu e fico frustrada: parece que sempre podia ter feito mais.
Se faço muita coisa e me canso, penso que poderia ter descansado; se descanso, penso que deveria ter feito alguma coisa útil, ou divertida ou os dois.
Na maior parte das vezes sinto que TENHO que fazer alguma coisa: sou irriquieta.
Meu filho disse outro dia que se eu estivesse internada no hospital iam me pegar limpando as janelas do quarto, só prá não ficar sem fazer nada.
- PEGUEM AQUELA LOUCA! diriam.
- PEGUEM AQUELA LOUCA! diriam.
O que me pesa na consciência, mas eu gosto e assumo mesmo, é que eu adoro assistir TV!!! Adoro!!!! Principalmente filmes. Se forem antigos, então, gamo. Se forem em branco e preto, fico doida! E até se forem mudos eu gosto!!! Amo, na verdade!!!
Parece que esses filmes antigos me ninam, me acariciam, me embalam.
Quando eu fico triste é "batata": coloco "E o vento levou" e logo melhoro. Tá, eu sei que tem muita tragédia, é uma guerra, a mocinha sofre (mas é danada demais) e tudo mais, mas eu gosto!
Tem aquela parte em que ela estava pobre e prá não dar o braço a torçer e sair mal vestida ela faz um vestido com a cortina verde de veludo e sai toda serelepe! Ah, puxa vida! Eu deliro!
Será que eu sou normal? Uma das frases mais verdadeiras que eu já ouvi veio do Caetano Veloso: de perto ninguém é normal.
Mas talvez toda a graça esteja aí mesmo. Conhecermos nossas loucuras, nossos devaneios, assumir nossos sonhos mais bestas e sinceros, ser inteiramente nós mesmos, essa é a vantagem da idade que avança sem dó e sem perguntar se a gente aproveitou bem o tempo ou não.
Só mais um detalhe: ilustrei o post de hoje com o primeiro vaso de tulipas que fiz e foram da janela do meu apartamento (só prá tirar foto) prá minha mesa de trabalho. Que é prá eu nunca esquecer de quem eu sou, do que eu realmente gosto de fazer e que todo expediente tem fim.
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